E o circo chegou...Voltando no tempo

Com a chegada de um circo a cidade fui remetido a um passado não tão distante, minha infância nos idos dos anos 80 quando a única fonte de entretenimento da maioria das crianças pobres era ouvir a Rádio Nacional da Amazônia e Rádio Nacional de Brasília e se encantar com o programa da Heleninha Bortone, a “Tia Heleninha”.(foto)

Era um programa infantil que  fez parte da infância de muita gente e que com certeza contribuiu muito para, além de nosso entretenimento com nosso conhecimento.

Eu ouvia encantado as historinhas contadas por Tia Heleninha no programa “Encontro com Tia Heleninha” que se não me falha a memória ia ao ar por volta das 11 horas ou meio dia.

Foram várias historinhas como; “Meu Pé de Laranja Lima”, “Uma Noite de Natal”, “Poliana”, “Poliana Moça” “Zezinho o Dono da Porquinha Preta”e muitas outras de disquinhos, e claro a inesquecível o “O Circo Chegou”, a qual me fez recordar com a chegada de um circo na cidade.

Quando criança, escutando a Tia Heleninha eu viajava na imaginação de como era um circo e foi na mesma década que também pude conhecer o primeiro circo. O circo Carijó, que se instalou ao lado do antigo ginásio de esporte, hoje salão de festa da igreja católica, trouxe alegria para a criançada de Porto dos Gaúchos naquela época e até o famoso radialista Edelson Moura se apresentou no circo, época boa em que radialista era considerado uma espécie de Michel Teló de hoje.

Na época, meu pai no máximo que podia proporcionar pra gente, afinal eram 5 filhos, era uma única oportunidade de ver o circo e nada mais. Mesmo as chamadas maças do amor que se vê hoje não podíamos comprar, pois íamos apenas com o dinheirinho de um único ingresso, mas a gente era feliz assim mesmo.

Hoje as coisas mudaram e a criança já não tem mais o mesmo encanto com o circo, e mesmo os pais podendo proporcionar mais dias de espetáculo as crianças não fazem questão de ir mais do que um dia e trocam o espetáculo do circo por uma novela ou pela internet.

Haa... Que tempo bom que se foi e não volta mais... Quem dera poder voltar a ser criança novamente... Poder assistir o circo em nossa cidade com a mesma empolgação de quando era criança, e desta vez poder ir mais de uma vez ao circo.

De minha infância só ficou a saudade e a lembrança do programa da Tia Heleninha que quem é de minha faixa etária de idade sabe do que eu estou falando.

Infelizmente ela se foi aos 55 anos em meados de 2008, vitima de um câncer. Foi-se a mulher que mesmo não conhecendo pessoalmente era a amiga das crianças de minha época, a contadeira de histórias, a tia...

Por muito tempo fui ouvinte do programa da Tia Heleninha e até hoje guardo as boas lembranças dos deliciosos momentos que ela pode proporcionar pelas ondas do rádio. E graças a magia do rádio sua voz ecoara eternamente em nossos corações.