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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Com enorme "capivara" na Justiça, Riva não tem sossego. Caso dos "fantasmas" da Assembléia volta ao banco do réus.

Nos jornais amigos e nos artigos dos jornalistas amestrados, por Mato Grosso afora, o deputado Geraldo Riva, ultimamente, sempre aparece como o grande estrategista político, o homem que criou o PSD, o novo partido que já surge como o maior partido de Mato Grosso, agregando cerca de 50 prefeitos, mais de 400 vereadores, empresários de ponta como Rui Prado (Aprosoja) e Paulo Gasparotto (Decorliz e CDL Cuiabá), deputados estaduais, federais - uma representação realmente impressionante.

Jornalistas amestrados e jornais amigos, talvez embasbacados diante das adesões que Riva agrega em torno de si, evitam sempre citar a enorme "capivara" de processos por improbidade administrativa (no popular: por corrupção) que Riva responde na Justiça. Todavia, o calendário judicial não segue a orientação do PSD e manteve agendada, para quinta-feira, dia 6 de outubro, a audiência, a ser realizafa na 9ª Vara Civel de Cuiabá, com Riva e seu parceiro Humberto Bosaipo devidamente citados e convocados para dar início a um processo cujos fatos motivadores aconteceram no início dos anos 2000.

Neste processo - numero 8391-28.2006.811.0041 Código 239507 - o poderoso Geraldo Riva e o conselheiro afastado do TCE Humberto Bosaipo são acusados pelo lavrador José Ribeiro, de Guarantã do Norte, de ter criado uma empresa "fantasma", em nome dele - a Gráfica Guanabara - que recebeu dinheiro dos cofres da Assembléia Legislativa e depois os repassou às factorings controladas pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro, conhecido como Comendador, quando os dois, em dupla, comandavam o legislativo estadual.

Imagine, caro internauta, se os jornais amigos e os jornalistas amestrados vão incluir em suas pautas, para esta quinta-feira, dia 6, às 14 horas, uma passada pela 9ª Vara Civel de Cuiabá, para conferir o que a juiza Gleid Bispo vai decidir como desdobramento para este processo - que é um dos muitos processos que colocam em xeque a honorabilidade tão alardeada pelo deputado José Geraldo Riva, atual presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso.


Confira abaixo o que o blogue do MCCE-MT informou sobre o processo do pequeno lavrador contra o poderoso parlamentar.


ENTENDA O CASO

CASO “FANTASMAS” DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA VOLTA AO BANCO DOS RÉUS


Passada quase uma década da deflagração da ‘Operação Arca de Noé’, alguns acusados de repassar dinheiro público para o crime organizado em Mato Grosso deverão, finalmente, ser interrogados pela Justiça.

Em dezembro de 2002, o Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco/MT) e a Polícia Federal descobriram que as ‘factorings’ do Comendador Arcanjo estariam sendo utilizadas para desviar (lavar) recursos públicos da Assembléia Legislativa e do DVOP (Departamento de Viação e Obras Públicas).

Na mesma época, os então dirigentes da Assembléia Legislativa, Humberto de Melo Bosaipo e Jose Geraldo Riva, segundo as investigações levadas a efeito pelo MPE, teriam contratado empresas e nomeado servidores sem o consentimento destes. Uma dessas empresas é a Gráfica Guanabara, constituída em nome de um agricultor, residente no interior do Estado, de nome José Ribeiro e que teria negociado diversos valores com a chamada ‘Casa da Cidadania’, comandada, há muitos anos, em Mato Grosso, por José Geraldo Riva em parceria com outros parlamentares. O próprio ‘dono’ da Gráfica Guanabara, segundo o processo que corre na Justiça, fora nomeado servidor da Assembléia, sem nunca ter morado em Cuiabá.

O dinheiro, do ‘salário’ e dos ‘contratos’ da Gráfica, eram sacados diretamente na ‘boca do caixa’ do Banco do Brasil, em Cuiabá, ou emitidos (e sacados) cheques em favor das factorings do ‘Comendador’ Arcanjo.

Por ocasião da deflagração da operação criminal os documentos dessas operações financeiras foram utilizados pelo Ministério Público Estadual para instaurar inquérito contra o agricultor seo José, então ‘funcionário fantasma’ da Assembléia Legislativa de Mato Grosso (e também apresentado, através de documentos que teriam sido forjados, como ‘fornecedor’).

O suposto ‘empresário’ e ‘servidor’ provou sua inocência perante a Justiça mas, desde então, é fácil se imaginar, a sua vida nunca mais foi a mesma, passando a ser vitima de chacotas e, inclusive, sofrendo graves abalos na saúde. Na última semana sofreu uma nova cirurgia, e ainda convalesce.

Em decorrência de todos estes fatos, José Ribeiro resolveu ingressar em Juízo contra os ex-dirigentes da Assembléia, pedindo indenização pelo ato ilícito. Para o advogado do agricultor, o advogado Vilson Nery. “Foram anos para citar os réus, os oficiais de justiça tinham dificuldades inexplicáveis. Mas a audiência prevista para o dia 6 de outubro de 2011 [às 15h00] poderá ser esclarecedora”.

O processo numero 8391-28.2006.811.0041 Código 239507 (n. antigo 373/2011) tramita na Nona Vara Cível de Cuiabá, não está resguardado pelo segredo de justiça e pode, a qualquer momento, ser consultado pela internet (www.tjmt.gov.br) ou pessoalmente, por qualquer do povo, advogado ou não. E também pelas equipes de reportagem de nova valorosa imprensa mato-grossense, se algum dia se resolver voltar, com decisão, seu olhar para a Assembléia Legislativa de Mato Grosso e para as irregularidades que o MPE alerta que teriam lá acontecido desde que Geraldo Riva e Humberto Bosaipo ascenderam ao comando daquela "Casa da Cidadania".

FONTE MCCE-MT

da Página do E

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