Depois da bombástica reportagem de Eduardo Faustini, para o "Fantástico", que acabou não aparecendo na telinha da Rede Globo, no final de novembro, o grande público telespectador mato-grossense viveu outra noitada broxante nesta sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010. É que a anunciada reportagem do repórter Fábio Pannunzio que abordaria, em rede nacional, os episódios de corrupção denunciados pelo Ministério Público Estadual envolvendo a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, depois de adiada de ontem para hoje, acabou também não sendo apresentada pelo Jornal da Band, apresentado por Ricardo Boechat e Joelmir Betting.
Gilmar Bruneto, integrante do Moral - Movimento pela Moralidade Pública e Cidadania, que foi um dos entrevistados por Pannunzio conta que o material recolhido pelo repórter, pelo que ele conseguiu se informar, era impactante. Bruneto disse que, antes de conceder nova entrevista, relatou o fiasco do "Fantástico" para Pannunzio e Pannunzio, na frente dele, ligou para o chefe de jornalismo da Band, Fernando Mitre, que, pelo telefone, garantiu a divulgação do matérial sobre a Assembléia de Mato Grosso.
Quando Pannunzio foi ao Ministério Público, o promotor Célio Fúrio, desgastado e cético com o comportamento da imprensa nacional, também se recusou a gravar. Acabaram falando outros promotores. Além de entrevistas em Cuiabá, com os promotores responsáveis pelos processos contra Riva, Pannnunzio viajou também para Campo Verde, onde documentou a história do falecido Lucas Marques Gomes, dono de uma das empresas que, de acordo com a denúncia do MPE, foram usadas pelos golpistas da Assembléia para o assalto aos cofres daquele poder. Vários cheques pretensamente assinados por Lucas aparecem nos processos contra Riva, com datas posteriores ao falecimento do pequeno empresário, que já se encontrava, então, morto e enterrado em um dos jazigos do cemitério de Campo Verde.
Riva se recusou a dar entrevista para Pannunzio, mas o repórter da Band conseguiu entrevistar os contadores Joel e José Quirino que são réus em vários dos processos, junto com Riva e Bosaipo, e hoje se arrependem de sua participação naqueles episódios. Os dois já haviam sido entrevistados também por Eduardo Faustini.
Depois da frustração com Eduardo Faustini, o famoso repórter sem rosto do Fantástico e da Rede Globo, e com Fábio Pannunzio, do Jornal da Band, quem conhece o tamanho do escândalo que nossa Assembléia Legislativa agasalha, não pode perder as esperanças de uma cobertura mais contínua por parte da chamada grande mídia nacional. Que tal ligar para o SBT e convidar a bela e competente Ana Paula Padrão para uma visita a Mato Grosso?
Ela, que já esteve no Afeganistão entrevistando os terroristas talebans certamente que não tremerá diante da missão de documentar toda a trama que existe por trás do poder político de Riva e Bosaipo em Mato Grosso. Eles não perdem por esperar! Ana Paula Padrão vem aí! A esperança é a última que morre.
Fonte: Enock Cavalcanti do Página do E