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domingo, 11 de dezembro de 2011

Bacanal da vida

A vida em si pode ser comparada a um ato sexual. Alguns se conformam em viver em um eterno papai e mamãe, enquanto outros poucos ousam em desejar e viver suas fantasias, experimentando posições diferentes, transformando suas vivências em um eterno kama sutra.

Raramente encontramos quem viva de maneira totalmente plena, pois a grande maioria dos seres humanos ainda vive presa às regras e dogmas sociais. Talvez isso seja até uma espécie de fetiche, numa dessas sentem-se bem em viver sofrendo e se privando das coisas que desejam, abrindo mãos dos seus sonhos. Mas há uma grande diferença entre optar pelo sofrimento e viver assim por medo, porque a maioria vive pela segunda opção, mas não consegue no final das contas arcar com os altos custos das suas escolhas.

E depois dizem que a vida não é uma eterna prostituição. Mas pode apostar que é sim, tudo nessa vida tem seu preço, até a moral e os bons costumes. E esses são geralmente os itens mais caros do sex shop da vida.

Coragem é um item raro nos dias atuais, as pessoas acham mais fácil a frustração do conformismo, como se estivesse fingindo um orgasmo em um ato sexual do que ultrapassar as barreiras do usual e se permitir o verdadeiro prazer.

A vivência humana é um eterno jogo de prazer, deitamos na cama da vida e fizemos nossas escolhas. Alguns optam pela intensidade de viver com tesão, outros preferem ser um mero voyeur.

Tem pessoas que não se sentem excitadas pela plenitude da vida e acabam se entregando a eterna frigidez para conservar a aparência diante da sociedade hipócrita e puritana. Tem também os que abusam do direito do puritanismo e passam sua existência envoltos na camisinha social, para se manterem afastados dos seus fantasmas interiores, pois para eles ultrapassar a barreira nas regras sociais é como contrair uma doença venérea. Como se o olhar e o medo do julgamento alheio fossem algum tipo de contraceptivo que evitasse a procriação dos seus desejos, geralmente visto por si mesmo como um pecado. Sendo isso uma espécie de masturbação frustrada, se saciam superficialmente com o prazer de manter a boa imagem, mas no fundo teve seu orgasmo interrompido.

É preciso ter coragem para se entregar ao swing da vida, experimentar as orgias dos prazeres da existência e gozar até adormecer exausta na alcova da realidade, não se perdendo nas fantasias da hipocrisia. Não há coisa mais broxante que a escravidão moral e pior ainda é achar que se rendendo a isso irá conseguir de alguma forma se manter virginal, porque a pior vadiagem da vida é a falsidade.

Seja senhor da sua existência, dominando seu viver e rompendo as amarras morais que açoitam sua alma, pois algumas penetrações mais profundas devem ser feitas sem lubrificação.

Trate sua vida como uma vagina e assuma o comando dos músculos da sua existência, porque é muito melhor pertencer ao bordel da verdade do ao convento da hipocrisia.


Por: Deby Lua/Blog o devasso mundo da lua

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