O tempo passa, o tempo voa – e o secretário de Comunicação do Governo do Estado que não comunica, o publicitário Carlos Rayel, continua numa boa. A Assembleia Legislativa, de tantos e tantos caititus e também uma Assembléia de tantos e tantos escândalos, não tem estofo para investigar situações como esta. A grande mídia, notadamente, a TV Centro América e o Grupo Gazeta de Comunicação, vive dependurada nas tetas do Governo do Estado. Quem tá de fora, com pouco acesso, esperneia, reclama, mas, ao que tudo indica, não existem aqueles que os escutem já que o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público Estadual parecem que não atentam para as indignações que sacodem o mercado publicitário de Mato Grosso.
O mais novo negócio suspeito da Secom de Mato Grosso é contrato, de quase R$ 12 milhões de reais, celebrado com duas seletas empresas gráficas de Mato Grosso. Os dois contratos foram publicados no Diário Oficial do Estado na quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014. Quase R$ 12 milhões de reais. Dinheiro que será gasto, segundo consta nos contratos, para a confecção de materiais publicitários impressos do interesse da administração do governador Silval Barbosa.
Será que são impressos que interessam mesmo à administração estadual ou seriam negócios que interessam apenas e tão somente ao secretário Carlos Rayel, o mais misterioso secretário de Comunicação que já passou pelo Palácio Paiaguás? Imaginem que, apesar de cuidar na Comunicação do Governo do Estado, Rayel é um secretário que faz questão de ser visto por poucos, de não receber quase ninguém em seu gabinete, de nunca aparecer em lugar nenhum, de tratar a maioria dos servidores de sua pasta como serviçais que não merecem sequem um aceno de cabeça, avolumando as especulações sobre essa sua esquiva atuação.
Vejam que pelo contrato divulgado neste final de fevereiro, contratada pelo valor de R$ 5.025.870,00 (cinco milhões vinte e cinco reais oitocentos e setenta reais), a empresa Editora de Guias de Mato Grosso LTDA, fica encarregada no período de um ano, pela produção de materiais de publicidade impressos, banners e outros.
Ganhando quase R$ 2 milhões a mais, também foi contatada para exatamente a mesma função, a empresa Defanti Indústria Com. Gráfica e Editora LTDA-EPP, pelo valor de R$ 6.891.870,00 (seis milhões oitocentos e noventa e um mil oitocentos e setentas reais). Também com um contrato de um ano a partir de 18 de fevereiro de 2014.
O que será que o Governo do Estado, cobrado sistematicamente pelos investimentos deficitários que faz em Saúde, Educação e Segurança Pública, tem tanto a propagandear em matéria impresso, sabendo-se, além do mais, que a menina dos olhos de Carlos Rayel são seus investimentos na TV Centro América, da Rede Globo de Comunicação, e na TV Gazeta, do Grupo Gazeta de Comunicação?
Na humilde avaliação deste blogueiro, já está passando da hora da Secretaria de Comunicação do Estado, sob a gestão do senhor Carlos Rayel, ser submetida a rigorosa auditoria. Bastaria que o Tribunal de Contas e o Ministério Público Estadual ouvissem a voz rouca das ruas. Ou que o próprio Rayel viesse à boca da cena para se expor à transparência tão necessária nos negócios públicos.
Fonte:
Enock Cavalcanti.
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