A aposentadoria de Vandoni é uma vitoria da banda podre da política matogrossense. Ela desistiu, mas nos continuaremos por aqui, sabe Deus por quanto tempo, enquanto tivermos animo e força para continuar nesta vida de blogueiro.
por Adriana Vandoni Vê só como são as coisas, hein?!?! No domingo Ronaldo anunciou sua aposentadoria. Hoje sou eu que anuncio pra vocês que estou pendurando, a chuteira não, pois assim como Sarney, não a possuo. Isso mesmo, ao ser questionado hoje se vai pendurar as chuteiras, Sarney respondeu apenas que não tem chuteiras. Então eu vou pendurar a caneta ou o teclado, como queira. Pois diferente de Sarney, eu não sou interminável.
Entre o final do ano passado e o início deste, eu fiquei um mês sem acessar qualquer tipo de notícia. Pensei que um mês afastada de tudo iria me fazer voltar com ânimo. Estava enganada. Hoje estou como a bonequinha que o Sponholz fez pra mim em 2005. Voltei ao batente absolutamente desencantada, não com o blog que eu adoro, mas com as notícias relatadas aqui, com a política, com o Brasil.
Nesses anos todos acompanhando o dia-a-dia brasileiro, já estou começando a me repetir. Esquemas de corrupção semelhantes, apenas com novos atores. E os velhos protagonistas?, vocês podem me perguntar. Estão todos ai, livres, leves, soltos e praticando os mesmo atos. E a Justiça?, com raras e bravas exceções de alguns julgadores, segue refém da pior banda da política brasileira. Não há divisão entre os Poderes, o que há é uma massaroca que divide funções: o executivo paga, o legislativo cobra e o judiciário estabelece o preço.
O Brasil tem regra errada, não adianta continuar o jogo. Cada vez mais vão se criar órgãos de fiscalização que serão ocupados pelos indicados dos fiscalizados, num círculo vicioso. É o caso dos Tribunais de Contas, invariavelmente imundos e comprometidos até o pescoço com ilicitudes. Mas vitaliciamente, são os fiscalizadores da probidade e moralidade. Se há dez anos achava que poderia mudar o país, hoje estou mudada pela realidade dele.
Não acredito em futuro digno para o Brasil, não acredito em mudança ou transformação, a não ser dos protagonistas. E não se faz nada sem acreditar. Não consigo mais comentar sequer uma formação de aliança, um acordo, ou uma medida tomada pelo setor público, pois já sei como terminará. Não consigo mais ver pessoas que roubaram até em ambulância, aparecerem na imprensa se dizendo escandalizadas com a situação da saúde pública. Cínicos, imorais.
Bando de ratos a devorar não o dinheiro do povo, mas a vida. Brincam com o futuro de gerações inteiras. Irresponsáveis! Veja a situação da educação no Brasil. Vi hoje pela TV a diretora de uma escola estadual dizendo que dividirá os alunos. Cada dia é um grupo que terá aulas. Por qual razão? Não tem carteiras para os alunos se sentarem. O jornal escutou o responsável no estado, que disse que se não tem carteira é por falha da diretoria da escola que não contou pra secretaria que estava sem lugar pros alunos se sentarem.
E por ai vai…vejo o país caminhando em círculos. Infelizmente tenho que concordar com a charge do Sponholz. Se o jogador Ronaldo está com sua musculatura lesionada, eu estou com a minha paralisada pela descrença no país e nas pessoas que o conduzem.
O blog não é apenas uma realização minha, não o construiria sem vocês leitores, sem os colaboradores (Ralph, Laurence, Chico Marcos, Chico Bruno, Raphael, Leal, Magu, Sponholz, Curt, Gabriel e todos os outros) e principalmente sem o Giulio Sanmartini, que junto comigo o idealizou.
E em respeito a vocês leitores, aos colaboradores e ao meu amado Giuletta, o blog vai ficar aqui, sem a atualização sistemática e contínua como vem sendo, mas apenas e tão somente quando tivermos vontade. Agradeço muito a vocês por esses anos todos.
Talvez se um dia este estado de intoxicação que vivo agora, passe, e eu volte.
Mas talvez não passe…
