Resgate Histórico

30/9/67 - Candido Morimã Intermedia aceitação de homens civilizados junto aos Índios Beiço-de-Pau, na região de Porto dos Gaúchos/MT.

Com a Lancha ´Paguimegera` de propriedade da Colonizadora Noroeste Mato-grossense Ltda. (CONOMALI) descia o Rio Arinos, em direção ao município de Porto dos Gaúchos, na altura do Rio São Miguel, o comandante da embarcação, sr. Candido Morimã teve a atenção despertada para um movimento dos índios ´Beiço-de-Pau`, que são antropófagos, pois ainda não foram civilizados.

Como a movimentação dos selvagens não parecia ser hostil, uma vez que deixavam se ver livremente e correspondiam aos acenos da tripulação e dos passageiros da lancha. O Comandante Morimã manobrou a embarcação encostando-a no barranco, a uma distância de 5 metros do grupo de índios, que erão em número de dezoito entre adultos e crianças de ambos os sexos.

O entendimento inicial foi por mímica, ja que o dialeto dos índios Beiço-de-Pau é desconhecido.

Feita a aproximação, o sr. Candido Morimã e o presumivel Chefe indígena trocaram presentes. As pessoas que estavam a bordo da lancha entregaram aos índios: farinha de mandioca, caramelos, fósforos e pratos. Em agradecimento os aborígenes ofereceram lhes cocar, enfeites de penas, argolas de madeira desenhadas para enfeites dos lábios e doze flechas. Dos circunstantes civilizados que assistiram a esse encontro chamou a atenção o cuidado dos índios ao entregarem as flechas que fizeram com que as pontas das mesmas nunca ficassem contra quem quer que fosse recebe-las.

Efetuada a troca de presentes, ainda por meio de gestos o sr. Candido Morimã combinou novo encontro. Caso os índios compareçam ao encontro marcado o sr. Candido Morimã tentara tirar algumas fotografias dos índios, pois estes sempre se mostram desconfiados toda vez que qualquer máquina fotográfica lhes é apontada.

O encontro realizado foi o resultado de um paciente e metódico trabalho que ha muito vinha sendo feito pelo sr. Morimã, porquanto em suas viagens sempre que passava pela região dos Beiço-de-Pau deixava presentes e objetos de utilidades que despertavam a atenção dos índios.

Fonte: Matéria de jornal da época;
Colaboração: Júlio César Rodrigues da Cunha