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sábado, 28 de maio de 2011

Do alto de seu conhecimento de militante politico, José Marcondes o "Muvuca" eescreve: Porque a maioria dos prefeitos não irá se reeleger

As eleições de 2012 estão na agenda oficial de políticos e partidos de todas as cores, matizes e amores, embora pareça ser muito mais a eleição do ódio, já que a maioria dos prefeitos não vai bem das pernas. Olhando por cima, prefeito e povo não parecem satisfeitos com o que estão vendo.

Pegue-se como exemplo apenas os 4 maiores municípios do estado, Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop, para se ter uma idéia de quanto os gestores estão desgastados. Nessas cidades, o índice de rejeição atinge níveis jamais vistos na história de Mato Grosso.

A culpa - nem tanto à areia, nem tanto ao mar - é dos gestores municipais, mas não só deles. Vontade até que eles têm de sobra, o que tem em falta são recursos. Com a deficiência financeira, acabam fatiando a gestão e entregando nacos da administração a outro ente (Vide PAC e PS de Cuiabá e VG repassados ao governo), isto é, quando o ente alcança, ou aceita o abacaxi.

Mas não é só a falta de verba, fruto de um o modelo de distribuição injusto, o culpado pelo ódio que começa tomar conta da população. A culpa também é de competência (ou falta de), criatividade e compromisso que se tornaram elementos raros nas gestões municipais.

Para Várzea Grande e Sinop, por exemplo, ou até mesmo Rondonópolis, onde os prefeitos são aliados e até do mesmo partido do governo estadual, que por sua vez, é aliado do governo federal, o apoio não falta, portanto - a título de ilustração - essa não é a desculpa.

O que é então que acontece nas administrações municipais que fazem dos prefeitos verdadeiros judas? A resposta pode ter sido dada há dois parágrafos atrás, mas outros ingredientes também se somam, como interesses políticos divergentes (leia-se: oposição), o que deveria ser comum, dado o ambiente democrático que todos temos que nos acostumar, inclusive eles, os prefeitos.

Mas também não é só, a resposta é ainda mais complexa do que se imagina. Uma tese que pode ser defendida por quem tenha um mínimo de discernimento é o modelo agroeconômico do estado. Pelo interior, 'mares' de soja e fazendas de gado formam a principal paisagem do cenário produtivo. É uma riqueza de poucas pessoas, uma meia dúzia que trocam de caminhonete a cada lançamento e jogam lama no pobre cidadão que mora ao lado. Eles se enriquecem sem produzir emprego (devido a alta mecanização), sem distribuir riqueza (pouco se paga de impostos pois os produtos são exportados com isenção fiscal), nem dividendos aos municípios (pobres municípios, diga-se).

Este talvez seja o grande tema das próximas eleições. Prefeitaiada pode culpar a falta de sintonia com o governo, a carga tributária, a falta de recursos e tudo mais. No entanto ninguém poderá deixar de dizer que a monocultura exportadora, a indústria das tradings monopolistas, a famigerada Lei Kandir combatida pela AMM, ou os incentivos fiscais que trazem empresas monstrengas que exploram produtos primários, levam nossa riqueza e não deixam sequer o bagaço, estão levando os municípios de Mato Grosso à berlinda.

Aí não tem prefeito que se sobressaia. Sem indústria, sem atração de empregos, sem recursos financeiros, sem apoio, o que resta são prefeituras falidas, sem capacidade de investimentos, corroborada por despesas fixas e números da popularidade saltando a olhos vistos, para baixo.

Essa é a grande disussão: O preço que os prefeitos pagam por dizer amém a tudo que reluz, mas não passa de ouro de tolo. Ou melhor, ouro de meia dúzia de produtores ou exploradores de soja e gado, porque o único tolo nessa história toda é você. E eu também!

Fonte: Coluna do Muvuca

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