Quem fala é o mesmo Ságuas que ajudou a enfiar o PT em um dos palanques mais repletos de fichas sujas de todo o Brasil
Desde que foi hegemonizado pela corrente política liderada pelo professor e ex-deputado federal Carlos Abicalil e pelo atual deputado estadual Alexandre César, o Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso segue de queda em queda. Deixou de pretender se firmar como legítimo representante dos trabalhadores mais conscientes e mais organizados para se transformar em mera linha auxiliar do partido controlado pelos grandes empresários e grandes empresários de Mato Grosso. Desde 2008, quando resolveu entrar com tudo no governo controlado pelo PR, o PT de Mato Grosso virou um dos muitos partidos que gravitam em torno de Maggi, um espécie de PRTB metido a besta, se limitando a catar as migalhas que caem da mesa dos poderosos de plantão. Deixando, por outro lado, de abraçar e defender as bandeiras que interessam à maioria dos trabalhadores de nosso Estado. Basta ver, neste momento, de que lado estão a petista que representa o PT na Secretaria de Educação de Mato Grosso e os trabalhadores que sustentam a greve geral liderada pelo Sintep.
Um dos mais recentes e sentidos golpes sofrido pelo PT, em nosso Estado, foi a perda de sua representação na Câmara Federal dado o adiamento da entrada em vigor da Lei da Ficha Suja. O STF permitiu que fossem validados os votos dados ao ex-oficial da PM William Dias, o que elevou o coeficiente da coligação capitaneada pelo PSDB, levando Nilson Leitão para a Câmara Federal e tirando de lá o médico Ságuas Moraes.
Ságuas Moraes, diante do veredito que o afastou da Camara Federal, se lamentou esta semana, nos jornais, dizendo que foi muito triste perdeu a vaga por causa de um ficha suja como o William Dias - que é um militar muito denunciado pelo seu possível envolvimento na matança de jovens marginalizados nas periferias de Várzea Grande. Qual! É óbvio que não fica bem ao ex-deputado Ságuas Moraes espernear, agora, contra os fichas sujas, já que ele, Ságuas, não teve o menor pudor de arrastar o alquebrado PT para o palanque eleitoral, em Mato Grosso, que foi um dos mais repretos de fichas sujas de todo o Brasil.
Basta dizer que, ao lado de Ságuas, na última campanha, lá estava o deputado mais processado do Brasil, que fez campanha eleitoral, inclusive, na condição de parlamentar cassado por corrupção eleitoral pelo TRE nas eleições de 2006, que é o deputado José Geraldo Riva - acusado pelo Ministério Público de desviar dos cofres da Assembléia Legislativa de Mato Grosso a quantia astronômica de cerca de 500 milhões de reais. Uma debacle total para o PT que surgiu falando em mudar a política e os políticos.
Enfim, Ságuas e o PT colhem hoje apenas o que plantaram. Quando era preciso que o PT se afirmasse cada vez como um partido diferente, o PT de Ságuas, Alexandre e Abicalil (e, infelizmente, também o PT de Serys, que também apoiou a aproximação com Maggi que antes combatera) achou que era mais vantagem ser um partido como outro qualquer. O PT se enfraqueceu e perdeu importância porque se envolveu, até o talo, com os fichas sujas da política de Mato Grosso. O que Ságuas Moraes deveria lastimar era isso: que pena o PT perder importancia política por causa de suas próprias e equivocadas escolhas, definidas por uma maioria partidária que gravita em torno dele e de seus parceiros da corrente Construindo um Novo Brasil.
Enock Cavalcanti do Página do E
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