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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Audiência pública dos maiorais da fixa suja foi uma piada

Fonte Página do E do Enock Cavalcanti

Os líderes fichas sujas montaram, nesta quinta-feira, na Assembléia Legislativa, um palanque para atacar o Juiz Federal e o Procurador da República, chamando só pessoas afinadas com a cantilena de que as operações da Polícia Federal tiveram única e exclusivamente motivação eleitoreira.

O samba de uma nota só que Riva e Pedro Henry compuseram para desancar Julier e Avelar, acabou desafinado com a participação de populares, sindicalistas e membros da Ong Moral e do MCCE.

O deputado Riva abriu a audiência pública e falou por mais de meia hora, usando o espaço público para defender sua esposa (?) e a fazenda com a mesma lengalenga de que se trata de uma propriedade moderna e que protege o meio ambiente. Só não disse onde que dona Janete ganhou dinheiro para ter uma fazenda deste porte...

“Para tentar se justificar e defender sua mulher, Riva não poderia presidir a audiência pública”, escreveu um popular no bilhete que foi repassado ao advogado Vilson Neri.

Quando alguém na platéia começou reclamar do exagero de tempo que ele usava a palavra, Riva passou a bola para o economista Maurício Munhoz (seu fiel escudeiro da Assembléia) que trouxe dados, com pouco rigor científico, para mostrar os prejuízos que as operações contra os destruidores da floresta, teriam causado ao povo das regiões madeireiras. Na platéia alguém riu e disse que como Munhoz participava do Creatio, sua credibilidade era pouca. Na verdade, a moça da platéia exagerou: Mauricio Munhoz nunca teve qualquer ligação com o Creatio.


Então Pedro Satélite marcou um gol contra



Tudo estava bem montado pelo deputado com mais de cem processos na justiça, quando o Pedro Satélite, pretendendo fazer a sua demagogia, levantou uma questão de ordem que foi prontamente atendido pelo dirigente da mesa.

Mal começou falar, no mesmo tom para atacar as operações contra os estupradores da floresta, sem entrar em nenhuma questão de ordem e foi interpelado pelo presidente da Ong Moral, Ademar Adams que disparou da platéia: “Qual a questão de ordem?”

O Satélite então enrolou e houve um princípio de tumulto, quando o Riva muito cordato, disse que abriria a palavra a todos. Levantou-se então o presidente do Moral e se postou para usar o microfone. Aí Riva, confundindo ele com o advogado Vilson Neri, concedeu-lhe a palavra, recomendando que só poderia falar sobre o tema da audiência.

Ademar Adams falou sobre crimes ambientais no nortão que disse conhecer bem. Comparou os prejuízos alegados com as operações, à prisão de Arcanjo que teria causado prejuízos ao comércio de Cuiabá, perguntando se o bicheiro deveria ser solto. Até aí, nada de novo, mas no fim de sua fala, dirigindo-se ao Pedro satélite atacou: “O deputado Pedro Satélite e nenhum deputado das últimas cinco legislaturas, não tem moral para fiscalizar quem quer que seja. Se o presidente da Mesa tem mais de cem processos por desvios de recursos da Assembléia, e nunca houve nesta casa uma investigação, uma sindicância e nem uma CPI, não podem falar de ninguém.”

E depois, ainda entregou para Riva receber o pedido do MCCE de uma CPI para investigar os desvios na Assembléia.


Pedro Henry foi o mais vaiado


Acusado de participar do “mensalão”, de ser sanguessuga no caso ambulâncias superfaturadas, entre outras acusações e de estar cassado por compra de votos, Pedro Henry que se sustenta pendurado numa liminar, foi o mais vaiado do dia.

Desde o anúncio do seu nome recebeu apupos da platéia. Durante sua fala de agressões a Julier e Avelar, foi vaiado e chamado de ficha suja e sanguessuga várias vezes.

O coronel Maia, secretário de Meio Ambiente, foi bem aplaudido, pois, levou sua claque própria, formada por dezenas de servidores da Sema que foram liberados do expediente para aplaudir o chefe. Claro, pagos com o dinheiro do contribuinte.



Audiência Pública onde o povo não pode falar

Fora a manifestação do presidente do Moral, ninguém do povo pode falar durante a audiência “pública”. Só ao final, quando não havia quase mais ninguém, e até a TV Assembléia fora desligada, é que a sociedade pode se manifestar. Em protesto muitos que haviam se inscrito, foram embora.



Além de montar uma audiência pública de cartas marcadas, programá-la durante o dia, quando a maioria das pessoas está no seu trabalho, ou em aula, é justamente para impedir que o povo participe delas. Ou será que o povo, como dizia aquela paródia da Zélia Cardoso de Melo, é apenas um detalhe?