Recebi por email e achei que deveria compartilhar com todos vocês que acessam este blog...
O Poder do Perdão
A Copa do Mundo de futebol acontece no continente africano. O mundo está conhecendo um pouco mais da África do Sul. Um país que por muitos anos esteve sob um sistema constitucional de segregação racial que abrangeu as esferas social, econômica e política da nação estabelecendo critérios para diferenciar os grupos. A história do movimento anti-apartheid tem num homem chamado Nelson Rolihlahla Mandela seu maior líder. Considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia. Após sair da prisão foi presidente do país de 1994 a 1999. Parte dessa história é contada pelo filme Invictus, boa pedida para os dias chuvosos de inverno. O filme retrata o desafio de Mandela para acomodar os anseios da maioria negra da população e, ao mesmo tempo, mostrar à minoria branca, dominante, que ela não seria negligenciada no novo arranjo político. Mandela utilizou a Copa do Mundo de Rugby de 1995 para integração entre negros e brancos.
Lendo sobre a vida e ensino de Jesus Cristo nos Evangelhos, uma das lições mais importantes é sobre o perdão. O ódio e o desejo de vingança massacram a alma. O medo é companhia constante daqueles que se deixam levar pela corrente do revide. Infelizmente, muitos ainda não compreendem o que aconteceu na cruz do calvário. Não vislumbram as implicações daquilo que repetem ao orar "perdoa-nos as nossa dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores". Como Morgam Freeman, ator que representou Mandela no filme, declarou posteriormente, "ao contrário dele (Mandela), não sou capaz de perdoar integralmente". Buscamos quantificar o perdão, limitar a misericórdia enquanto Jesus multiplica a graça (Mateus 18. 21, 22). O evento que dividiu a história é um ato alicerçado no perdão. Jesus foi alguém que compreendeu e se identificou com o drama humano e, por isso, mesmo agonizante na cruz, orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23. 34).
A vida de Mandela é exemplo de que o ser humano pode perdoar. Mesmo aqueles responsáveis pela opressão do seu povo e que o deixaram 27 anos numa prisão. Perdoar, não necessariamente precisa significar esquecer. Mas, como transparece no filme, Mandela aprendeu que "o perdão liberta a alma. Ele remove o medo. É por isso que é uma arma tão poderosa". O perdão foi a arma daquele guerreiro sul-africano contra o Apartheid. Para isso, ele abriu mão de querer celebrar vinganças mesquinhas. Conheceu a liberdade antes mesmo de ver abertas as grades que por quase três décadas prenderam seu corpo. Pelo poder do perdão, o primeiro presidente negro da África do Sul comandou a transição do regime de minoria no comando, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.