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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Maggi X Taques X Campos

Cacicaiada do DEM resolveu, com 4 anos de antecedência, projetar o nome do senador Jaime Campos ao governo de MT, para 2014. Quem entende minimamente de política dá risada. Primeiro porque a distância é abissal. Nem o próprio Jaime, confessadamente, sabe se estará bem das pernas até lá. Segundo porque Mato Grosso inteiro sabe que Jaime não tem mais tanta disposição para este tipo de empreitada (alguns dizem que é falta de coragem mesmo).

Também pudera. Nem bem terminou as eleições e ele já se assanhou para o lado vencedor, ou seja, do governo Silval Barbosa. Isso, mesmo tendo-lhe feito oposição durante a última campanha, inclusive acusando governistas de roubo e tudo mais. Mas o que ninguém pode dizer, é que Jaime não tem chances, caso realmente venha a se candidatar ao governo. Escopo, história, pegada, tradição política, experiência, bom argumento e dinheiro ele tem. Resta um único ingrediente: coragem (ou disposição, abusando um pouco do eufemismo).

Jaime é desse jeito. Durante a campanha jogou confetes para Pedro Taques, com receio, talvez, de que o ex-procurador-detonador de impérios vencesse ao senado e partisse pra cima, com aquela historinha de que iria revirar Brasília, moralizar tudo, acabar com a corrupção, patati, patatá. Pura cantilena, mas chegou a causar arrepios na campanha.

Taques já mostrou que não é povo (Embora o povo pareça gostar de gente assim, meio esnobe), na verdade Taques gosta de andar de mãos dadas com milionários. Aliás, já até se tornou um. A declaração patrimonial do ex-procurador já bate na casa do primeiro milhão de reais. No senado, será mais um novo rico, e por isso talvez não brigue tanto assim contra o patrimônio de ninguém, e finalmente consiga entrar para o clubinho de Mauro Mendes, Percival Muniz, Otaviano Piveta, Blairo Maggi, Luciane Bezerra, Altamiro Galindo, Jandir Millan, Eraí Maggi, Mauro Carvalho... os ricos e ricaços.

Dos três senadores de Mato Grosso, no entanto, Taques é o cara mais certo, no lugar certo, conhece de leis e tem perfil parlamentar. No campo Legislativo, certamente se dará bem. Já Blairo Maggi e Jaime Campos assumem publicamente que preferem estar no executivo. Ou seja, só estão no senado porque não havia cargo maior para ocupar. O senado, como se sabe, é um ancoradouro de ex-governadores e grandes políticos em fim de carreira.

Mas não é disso que estamos falando. Pelos últimos movimentos, eles estão longe do fim de carreira. Pelo contrário, são, por suas posições, histórias, capacidades e expressões eleitorais, os principais e potenciais candidatos ao governo do estado em 2014. São, aliás, as únicas personalidades políticas da história de Mato Grosso a conseguirem mais de 700 mil votos. Nem Dante nem ninguém havia ultrapassado essa marca antes. Nunca na história, como diria o outro.

Taques já manifestou, para mais de um interlocutor, que pretende governar o estado. Jaime saiu com essa história também na semana passada, através do seu partido. Blairo Maggi, como é do seu feitio, irá dissimular o mesmo desejo até o último momento, mas Raimundo e todo mundo sabe que ele quer voltar. A escolha de um sucessor como Silval Barbosa que não poderá se candidatar a re-reeleição em 2014, é o sintoma mais claro disso. Blairo é assim, desses políticos que precisam ser decifrados. Um simulacro de intenções pensadas para 5, 10, 20 anos. Sua cabeça nunca está no presente, embora ele disfarce fingindo viver no nosso mundo, em nosso tempo.

Alguns outros nomes rondam a periferia da política, como de Mauro Mendes (que pode comprar partidos e aliados), José Riva (mesmo com um caminhão de problemas), Éder Moraes (assanhadíssimo e acumulando experiências), Sérgio Ricardo (que só vem evoluindo), Luiz Pagot (caso o patrão Blairo não encare), aquele juiz, o Julier (sempre uma ameaça) e outros sub-perifécicos, que a contingência do destino e as circunstâncias podem fazer emergir no cenário a qualquer momento.

Falar sobre o passado é constatar e reviver a história. Sobre o futuro, um exercício muitas vezes incrédulo. Crível ou não, o que dissemos aí em cima não é futurologia, e sim a leitura dos elementos que temos no presente, para que possamos entender o futuro. E quem está desenhando isso não sou eu ou estas linhas. São eles mesmo, cada um desses personagens citados nesta nota, no exercício cotidiano de suas funções.

Pois é assim que se gira a roda da política. E assim caminha a humanidade.


Fonte: Coluna do Muvuca

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