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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Por que não voto em Blairo Maggi: Por Ademar Ademar


A propaganda do Maggi no horário gratuito é de uma demagogia gritante. Para mim tudo o que ele fala soa falso. Só quem não analisa a carreira dele pode acreditar nas suas palavras, macias e espirituosas...

Ele fala da questão de moradia, como se tivesse pagado com o dinheiro dele as casas que o povo comprou do governo e paga religiosamente. Sim, porque as casa não são de graça. Claro que é um benefício, mas sustentado pelo dinheiro do imposto de todos. O resto é demagogia bem barata.

Aquela conversa mole de pensar no ser humano, é pura lengalenga. Tá na palma da mão que está ludibriando os eleitores.

Outra coisa que não combina é Blairo agarrado com a Dilma. Se fosse 40 anos atrás, ele estaria na Operação Oban (aquele esquema que os empresários soltavam grana para policiais mercenários se empenhar na prisão de quem contestava a ditadura), para descer o porrete nela. É uma questão ideológica e em condições políticas daquela época, eles nunca estariam no mesmo barco. Hoje os interesses são outros.

Mas para o PT que abriga no seu guarda-chuva de Maluf a Collor, de Bezerra a Riva e Eline, e de Sarney a Jader Barbalho, ter um Blairo com esse verniz modernoso, é fácil. Silval vai de troco, pois, além de caipira grileiro, fez o jogo dos grandes até se tornar um deles.

E aí o Blairo diz que não faz da política a sua profissão, diz que é uma missão. Claro, ao vir para a política tinha uma missão: salvar as empresas que não estavam lá muito bem das pernas. A minha fonte desta informação é um economista bastante credenciado.

Ora, quem aceitou ser suplente de Jonas, teve um padrinho à altura. Alguém que veio de baixo e só com a política se tornou um fazendeiro rico, tinha tudo para ser o preceptor do milionário que precisava de uma cobertura política para segurar as oscilações da bolsa de Chicago.

A minha decepção com este político é grande, pois, no início do seu governo, acreditando nas suas promessas de campanha, de diminuir o repasse para a Assembléia, estivemos em audiência para pedir ajuda contra a corrupção. Depois, ainda de boa fé, andei trocando uns e.mails com ele, fazendo cobranças, dando conselhos ou pedindo informações.

Mas veio a campanha da reeleição e ele subiu no palanque com Riva, Fabris, Pedro Henry, Eliene, Jaime Campos & cia. Ou seja, tinha entrado na súcia dos políticos acusados de todo o tipo de falcatrua. E quando um grupo de políticos chicaneiros se une, o povo só tem a perder...

A julgar pelas pesquisas e pela algibeira farta que compra a generosidade venal da nossa imprensa, ele estaria eleito. Aí já teremos dois latifundiários na Câmara Alta.

Interesses de quem Blairo e Jaime, essa dupla breganeja vai defender lá?

O interesse dos ricos, dos grileiros de terras, dos eternos renegociadores das dívidas no Banco do Brasil e de quem mais que gosta de sugar os úberes do Estado para interesses privados.

Mas e o povo? “O povo é apenas um detalhe”, na hora de pedir votos.


Ademar Adams, ex-morador de Porto dos Gaúchos é jornalista em Cuiabá