É uma forma de incentivar a discussão e a participação politica de nosso povo na construção de um Brasil cada vez mais democrático.
Neste domingo, 3 de outubro, como faço sempre, vou votar cedo. Dia de domingo não é dia de ter muito compromisso - então, quero me livrar logo deste, na expectativa de ficar solto. Livre, leve e solto. Meu sonho de vida sempre foi esse, ficar livre, leve e solto. Só que, entrando no mundo do jornalismo e da política, sei de minhas responsabilidades. Seria bom, num domingo desses, em que a chuva começa a voltar, ficar em casa, num quintal sombreado, em meio ao silencio, tricotando com minha namorada sobre as mil futilidades do mundo. Iriamos rever um filme do Tony Curtis, para matar as saudades. Beber água de coco. Ler algumas páginas de Aldous Huxley. Dormitar abraçados ao som de algum bolero irresponsável.
Bem sei que o meu domingo, todavia, será bem diferente, aferroado que estou a este meu triste papel de tola palmatória do mundo. Não fui até agora censurado como os outros pelo juiz Arimatéia, talvez pela insignificancia do meu blog, logo tenho que continuar falando de corrupção em Mato Grosso, mostrando que todas as evidencias confirmam aquela tese de que Blairo Maggi é o grande cacique da velha política que luta para ter sobrevida em Mato Grosso. Como me entristece perceber que tanta gente boa está indo atrás da conversa de Maggi.
Como eleitor, bem cedinho, vou teclar minha esperança de que sejam eleitos Marina, pra presidente, Mauro Mendes, pra governador, Pedro Taques e Procurador Mauro, para senadores, o sindicalista Edilson Nery para federal e Lúdio Cabral para deputado estadual. Quero distancia da velha política e dos velhos políticos. Acho que temos que descobrir novos caminhos, sem tantos conchavos e sem tantas concessões. Estranha sensação essa de ser um petista que, nesta eleição, não se anima muito a votar no PT de cabo a rabo, dadas as ligações perigosas que o partido acabou assumindo, com a boca cheia, com o maior entusiasmo, como se eleger apenas a Dilma fosse a coisa mais importante do mundo, só porque o Lula assim deseja. O lulismo não me entusiasma, pelo contrário, o lulismo me constrange. Tanto que acharia perfeitamente possível votar em Sérgio Guimarães, do PV, para federal, ou em Rogério Sales, do PSDB, que me parecem duas pessoas dignas.
O que faz o Brasil avançar e ser uma país cada dia maior é essa consciencia cidadã, é esse nivel de informação e formação cada vez mais elevado de nosso povo. Triste de um país que precisa de caciques políticos. Triste de um país que ainda tem que obrigar seu povo a votar. Triste de um estado como esse nosso Mato Grosso em que a discussão em torno do aborto e dos direitos das mulheres ainda é uma arma usada por muitos conservadores para calar o voto daqueles que se mantém tão enredados nas malhas da religião.
Voto no Mauro Mendes e na Marina também porque é preciso construir o segundo turno como uma oportunidade muito rica de mergulhar nosso povo, por mais alguns dias, nesta boa escola dos confrontos politico-partidários, da disputa mais direta de projetos de governo. Em política, a pressa é a inimiga da perfeição. A democracia avança em lances assim. Com todos os partidos, o máximo de partidos lançando candidatos no primeiro turno, para que as correntes politicas se exponham e busquem sustentação em meio ao povo - e as coligações e aproximações entre os candidatos se dando, basicamente, na reta final, no segundo turno. Eu sempre pensei que assim haveria de ser melhor - e, no caso de Mato Grosso, deixar Mauro Mendes de fora do segundo turno será um desperdício terrivel para nossa gente. Não podemos nos entregar de forma tão boba a turma do Silval que tenta vencer com a máquina, fugindo do debate, escamoteando todas as discussões e tentando passar para as pessoas a idéia maniqueísta de que o país só funciona se a estrutura governamental toda for comandada por uma única corrente política. A idéia de quem faz oposição é contra o país.
Não, não, não. Eu acho que tem haver muita diversidade. Parabéns ao José Serra pela participação. Parabens ao Plinio de Arruda Sampaio, socialista e cristão. Gostei muito de rever, na televisão, o Ivan Pinheiro, candidato a presidente pelo Partido Comunista Brasileiro, com quem convivi muito lá no Rio de Janeiro. Acho que faltou discussão politica, nesta eleição, sobre a diversidade sexual. Sobre a cultura. Sobre o papel a exercido pelos meios de comunicação. Seria bom para o Brasil se tivessemos tido um candidato a presidente de um perfil mais comportamental, algo assim como uma Cicciolina despida. Existe muita coisa que precisamos aperfeiçoar. Para nos desafiar e nos intranquilizar, tivemos apenas a candidatura do Tiririca lá em Sampa, crescendo feito tiririca do brejo.
Mas, no final, tudo bem. Vamos curtir este domingo. Vamos em frente.
Por:Enock Cavalcanti do Página do E
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