Não sei o que é pior, ver a cara de bruxa má de historia em quadrinho da Dilma ou a cara de morto vivo do Serra na TV todo dia.

O segundo turno nas eleições só serve para que o nível das campanhas que já não era das melhores desça ainda mais. Mentiras, ira. Ofensas pessoais e a cobiça dos dois candidatos a presidente pelo poder falam mais alto que tudo.

De um lado a Dilma que não se cansa de falar em bolsa família, que vai ajudar os pobres, que Serra vai privatizar a Petrobras e que o Brasil tem que seguir a mesma linha da administração do governo Lula. Do outro lado o Serra que não se cansa em falar que criou os genéricos, que ajudou a criar o Plano Real e que Dilma é a favor do aborto e que não é de Deus.

Em minha singela opinião os dois estão certos em alguns pontos e ao mesmo tempo errados em outros. Quando Dilma diz que hoje, graças a política do governo Lula o pobre pode comprar geladeira e automóvel, na verdade acho que isso tudo se deve muito mais a ao empreendedorismo do povo brasileiro, que com o crescimento populacional natural do pais ao longo de 8 anos, aumentou o consumo interno e propiciou tudo isso. Lógico que com muitos acertos na política econômica do país, mas que não se deve ao Lula só, mas também aos governantes anteriores governo a governo que como se diz, “cada um foi bom ao seu tempo”.

Na questão das privatizações, se o governo de Fernando Henrique não tivesse privatizado, por exemplo, o sistema de telefonia no Brasil, hoje poucas pessoas teriam acesso ao telefone talvez. Na época telefone em casa era coisa de rico e hoje qualquer pé rapado tem até telefone celular e internet.

Dizer que é tudo graças aos tucanos também seria injustiça. Isso tudo é um processo normal que segue a tendência mundial da evolução da inteligência da raça humana. Mais cedo ou mais tarde, Fernando Henrique ou Lula teria que acabar fazendo algumas privatizações. Assim foi também com o sistema de energia elétrica. Quem não se lembra em Porto dos Gaúchos, por exemplo, a mercê dos arcaicos motores a diesel que fornecia energia para a cidade, que muitas vezes ficava até mais de dois dias sem luz. Com as privatizações vieram os investimentos e com os investimentos novas tecnologias. As empresas privadas visam primeiramente o lucro, mas para isso devem oferecer um serviço de qualidade.

Em uma eleição onde dois candidatos se digladiam por poder sempre haverá as mentiras e os ataques a pessoa e cada qual tenta esconder os feitos positivos um do outro. Uma diz que ajudou a fazer e vai continuar fazendo, outro diz que sabe fazer e vai fazer.

E como na política brasileira o eleitor sempre elege o que consegue com mais perfeição o enganar, assim vai continuar sendo a nossa política brasileira. Cheia de pilantras do marketing que forjam um perfil para seu candidato a troco de alguns milhões de dólares e de políticos que toda hora botam sua cara na telinha de sua televisão lendo aqueles textos escritos no teleponto (equipamento acoplado às câmeras filmadoras que exibe o texto a ser lido), sem piscar, com uma sinceridade e firmeza que engana apenas os leigos.